A divisão do Estado do Pará

O plebiscito sobre a divisão do Pará ocorreu no referido Estado em 11 de dezembro de 2011, tendo como proposta a divisão do estado em três: Pará, Carajás e Tapajós

O projeto de desmembramento mencionou uma redução em mais de cinco vezes no espaço territorial do Pará. Como se acompanhou frequentemente na mídia, o Estado passava por inúmeras dificuldades sociais e econômicas, além do constante abandono das comunidades. Outro fator preocupante era o desmatamento desenfreado – cinco cidades do Pará eram líderes em desmatamento na Região Norte.

Duas áreas reivindicam o surgimento como Estados separados do Pará: Carajás, a parte mais rica, por causa da mineração, e Tapajós, a parte mais pobre, porém com a imensa Floresta Amazônica. Quando foi aprovado o plebiscito, surgiu a dúvida se seria realizado somente nas regiões de Carajás e Tapajós ou em todo o Pará; isso teria surgido devido ao questionamento sobre a constitucionalidade da Lei nº 9.709 de 1998.

O Supremo Tribunal Federal definiu que todos os eleitores do Estado deveriam votar no plebiscito, contudo, as duas áreas separatistas somadas possuíam a metade dos eleitores da área excedente do Pará. Embora seja vista como uma decisão regional, o desmembramento do Estado do Pará poderia ter impacto em toda a Região Norte, devido à ação desordenada de madeireiras e da mineração local.

Resultado

Em Belém, capital do Estado, o não à criação do Estado de Tapajós chegou a 93,88% dos votos, e o não à criação do Estado de Carajás foi de 94,87%.

Já nas possíveis capitais dos novos Estados, Santarém e Marabá, o apoio à divisão do Pará foi maciço. Em Santarém, 97,78% dos eleitores que compareceram às urnas votaram a favor da criação de Carajás e 98,63% a favor da criação de Tapajós. Em Marabá, 93,26% dos votos foram favoráveis à criação de Carajás e 92,93% a favor da criação de Tapajós.

Mapa ilustrando resultado do plebiscito da separação do Pará por município.

Resultado do plebiscito da separação do Pará por município (Fonte: Wikimedia Commons)


Tudo a ver

Repleto de mapas originais, gráficos e dados comparativos, a obra Novos Estados e a divisão territorial do Brasil é uma referência para geógrafos, formuladores de políticas públicas, estudantes de Geografia e todos os interessados na discussão da geopolítica brasileira.

Quer saber mais? Leia aqui a entrevista com o autor e geógrafo José Donizete Cazzolatosobre outros projetos de divisão territorial do País.

Capa do livro Novos estados e a divisão territorial do Brasil.