As alternativas de aproveitamento de um bem mineral

Podemos afirmar que existem três alternativas extremas de aproveitamento de um bem mineral por meio do lavramento. Veja quais são elas!

primeira alternativa corresponde à lavra da totalidade do depósito mineral, com aproveitamento de toda a substância útil contida, sem atentar para o aspecto econômico. Corresponderia à lavra ambientalmente sustentável, pelo menos no sentido filosófico e em termos do aproveitamento integral de um recurso não renovável.

segunda alternativa corresponde à lavra de parte do depósito mineral, com aproveitamento de parte da substância útil contida, mas sem atentar, primordialmente, para o aspecto econômico. Esta alternativa pode vir a ser adotada em casos excepcionais, como em motivações de ordem estratégica especificadas pela política mineral ou social do país ou pela necessidade de manutenção da segurança nacional.

terceira alternativa se refere à lavra das partes mais ricas da reserva mineral, distinguindo-se como uma lavra ambiciosa e frequentemente caracterizada pelo uso de tecnologias obsoletas, como acontece em grande parte dos garimpos. Esta alternativa, embora possa conduzir a ilusórios resultados econômicos positivos, está longe de ser sustentável, tanto econômica quanto ambientalmente.

Foto de uma barragem de rejeitos em Minas Gerais, com um lago ao lado.

Barragem de Rejeitos – Mina Casa de Pedra CSN Congonhas-MG. (Imagem retirada do livro Minas a céu abertoEd. Oficina de Textos. Todos os direitos reservados.)

Em termos estritamente econômicos, entretanto, o aproveitamento de um bem mineral deve se aproximar de uma solução ideal, compreendida em algum ponto entre as alternativas extremas mencionadas.

Com o propósito de fundamentar as exposições seguintes, convém destacar as características inerentes da indústria extrativa mineral, sob a ótica da Economia Mineral:

  • Alto risco na fase de exploração mineral: a fase de prospecção e pesquisa mineral pode resultar em insucesso;
  • Longo prazo de maturação dos investimentos: o tempo compreendido entre o início da pesquisa mineral e o início das operações de lavra situa-se, em média, na faixa de 7 a 10 anos. No projeto Carajás, por exemplo, os depósitos de minério de ferro descobertos em 1967 só começaram a ser lavrados a partir de 1986, ou seja, quase 20 anos depois;
  • Rigidez locacional: as jazidas comumente se encontram distantes dos mercados consumidores de matéria-prima mineral e também de infraestrutura adequada, dificultando seu aproveitamento;
  • Especificidade tecnológica: cada depósito apresenta condicionamentos tecnológicos próprios que precisam ser estudados e resolvidos para possibilitar o seu aproveitamento;
  • Exaustão: o bem mineral é não renovável e se exaure com a lavra da jazida.

Além dessas especificidades, na procura da solução ideal, alguns fatores condicionantes do aproveitamento merecem ser já destacados por sua importância, como: a definição e o valor do produto (precisam ser decididos já na fase inicial dos estudos do projeto), o custo de produção (se relaciona com a escala de produção variando inversamente, mas não linearmente a esta) e a escala de produção (estabelecida por meio de pesquisa de mercado ou contratos de venda futura, quando será definida).


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