Clivagem: você sabe o que significa?

O termo clivagem refere-se à propriedade que uma rocha tem de romper-se ou clivar em superfícies aproximadamente paralelas

A clivagem abrange um subgrupo de foliações – nem todas as rochas foliadas se rompem preferencialmente ao longo de sua foliação.

Ocorrem em rochas metamórficas de grau incipiente a muito baixo (até xisto verde baixo) e em gnaisses micáceos ou xistos na forma de crenulação tardia. Tanto a clivagem como a crenulação são penetrativas em escala de amostra de mão e o espaçamento entre os elementos planos é variável.

Se a distância for maior que 1 mm e os planos forem perceptíveis em amostra de mão como superfícies ou zonas individuais, é denominada espaçada (ver figura abaixo).

Espaçada em calcário (Formação Twin Creek) no Cinturão Sevier, Thomas Fork, Wyoming, EUA. A clivagem se formou durante encurtamento paralelo ao acamamento e é perpendicular à direção de encurtamento (Z). A mão de Arlo Weil aparece na imagem como escala).

Espaçada em calcário (Formação Twin Creek) no Cinturão Sevier, Thomas Fork, Wyoming, EUA. A clivagem se formou durante encurtamento paralelo ao acamamento e é perpendicular à direção de encurtamento (Z). A mão de Arlo Weil aparece na imagem como escala) (Imagem retirada do livro Geologia Estrutural – 2ª ed. Todos os direitos reservados à Oficina de Textos)

A estrutura será uma clivagem contínua se o espaçamento dos elementos planos for igual ou menor que 1 mm (à direita na figura abaixo). Naturalmente, as rochas com uma foliação contínua se partem em fatias ou lascas mais finas que as rochas com foliações espaçadas.

Ilustração de tipos de clivagem.

Tipos de clivagem disjuntiva. Estilolíticas (calcários) e anastomosadas (arenitos) são, em geral, espaçadas; as clivagens contínuas em rochas de granulação mais fina são divididas em variantes ásperas e lisas, sendo que uma áspera pode evoluir para uma clivagem lisa (Imagem retirada do livro Geologia Estrutural – 2ª ed. Todos os direitos reservados à Oficina de Textos)

A clivagem de rochas não deve ser confundida com a clivagem de minerais, que é a tendência de um mineral romper-se ao longo de planos cristalográficos específicos.

Clivagem de fratura

O termo pode ser usado para indicar fraturas em pequenos intervalos em rochas não metamorfizadas ou de grau metamórfico muito baixo, particularmente em calcários e arenitos.

Elas podem formar-se por fraturamento de planos preexistentes. A clivagem ordinária se dá por contração perpendicular aos planos de clivagem. Envolvem extensão através de seus planos; elas são, portanto, mais bem classificadas como um arranjo de fraturas de pequena escala.

Duas fotos de clivagem ardosiana em transição para clivagem disjuntiva espaçada.

Imagem retirada do livro Geologia Estrutural – 2ª ed. Todos os direitos reservados à Oficina de Textos.

As fraturas de cisalhamento também ocorrem próximo umas das outras e de modo suficientemente sistemático, que se assemelha a uma clivagem. Esse tipo é muito restrito, tipicamente em núcleos de falha e zonas de dano. Há outros usos do termo na literatura e, portanto, é melhor evitá-lo para não causar mal-entendidos.


Para saber mais

Ricamente ilustrado em cores, Geologia Estrutural – 2ª ed. aborda de forma prática e didática os principais tópicos da disciplina, incluindo Geologia do petróleo e de águas subterrâneas, destacando a importância da Geologia Estrutural na exploração e produção desses recursos.