Cerrado em meio a polêmica sobre desmatamento

Importante bioma do Brasil abriga muitos tesouros, e por isso o Cerrado sofre com a degradação e o desmatamento

No mês de setembro, dia 11, é comemorado o Dia do Cerrado. Considerado o segundo maior bioma da América do Sul – são incríveis 2 milhões de quilômetros quadrados que percorrem vários estados –, também é reconhecido como a savana mais rica do mundo em diversidade biológica, abrigando cerca de 5% da fauna e flora de todo o Planeta. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, são quase 12 mil espécies de plantas nativas.

Foto de um ipê amarelo no Cerrado.

Ipê amarelo da espécie cascudo (Fonte: Divulgação)

“Décadas atrás se imaginava que o cerrado possuía uma flora quase monótona, mas hoje já sabe que, embora existam espécies que ocorrem ao longo de toda a distribuição do Cerrado, outras são exclusivas de determinadas áreas. Também já se difundiu que a conservação do Cerrado seria menos prioritária que a das florestas, por possuir uma flora menos expressiva, o que é um profundo e lamentável engano, já que a flora conhecida do cerrado é apenas 20% menor do que a da Mata Atlântica”, explica o Prof. Dr. Vinicius Castro Souza, Curador do Herbário da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba, SP.

Diante de tanta riqueza, o Cerrado acabou se tornando mais uma vítima do desmatamento. Atualmente, mais de 55% do Cerrado já foi descaracterizado, o que dá o título de ser um dos biomas mais ameaçados do planeta.

A pecuária extensiva é uma das responsáveis pelo desmatamento na região, devido à baixa tecnologia empregada, o que resulta em baixíssima produtividade. Por conta da ausência de manejo qualificado e/ou especializado das pastagens, o bioma tem hoje 4,2 milhões de hectares de pastagens degradadas, o que equivale a 10% da terra utilizada para pecuária no Cerrado. 

A produção agrícola com base nas monoculturas é outra prática que, além de desmatar grandes extensões de terra e gerar poucos empregos, utiliza grandes quantidades de insumos químicos, o que levou o Brasil ao posto de maior consumidor de agrotóxicos do mundo. 


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