Espectros de rochas ígneas
Em termos de classificação das rochas ígneas, existe uma tendência geral de que, quanto maior for o índice de cor (mais escura), menor será o teor de SiO2

As rochas ígneas surgem da solidificação do magma (Foto: Alunos Online)
De acordo com o teor de SiO2, as rochas ígneas são classificadas quimicamente em: ultrabásicas (SiO2 < 45%), básicas (45% < SiO2 < 52%), intermediárias (52% < SiO2 < 66%) e ácidas (SiO2 > 66%).
Essa classificação por teor de sílica é válida apenas para as rochas ígneas da série Ca-alcalina (a outra série é a toleítica, de caráter não alcalino). Nesse sentido, basalto é uma rocha máfica e básica, e granito é uma rocha félsica e ácida.
Grosso modo, as rochas ultrabásicas, básicas, intermediárias e ácidas correspondem, respectivamente, às seguintes categorias de índices de cor (M): ultramáficas têm índice 70 < M < 100; máficas, 40 < M < 70; intermediárias, 20 < M < 40; e félsicas, 0 < M < 20. Os minerais de cores claras têm composição principal de SiO2, Al2O3, Na2O e K2O e baixos teores de MgO e FeO – por exemplo, quartzo, feldspato alcalino, plagioclásio e feldspatoides.
Os minerais escuros são silicatos compostos principalmente de altos teores de MgO, FeO e Fe2O3 – por exemplo, olivina, ortopiroxênio, clinopiroxênio, hornblenda e biotita. Os minerais muito escuros, opacos, quimicamente são óxidos, sulfetos, e hidróxidos de metais pesados – magnetita, ilmenita e pirita são os exemplos mais comuns.

Espectralmente, as reflectâncias das rochas ígneas em geral se ajustam a essas formas de classificação. Como mostra a Fig. 4.2, as rochas ígneas ácidas, intermediárias, básicas e ultrabásicas diferenciam-se relativamente bem entre si por meio de seus albedos, o que é em boa parte consequência da variação de seus índices de cor.
As rochas de composição ácida mais claras apresentam albedo mais alto e espectros com frequentes absorções de hidroxila e de água em 1.400 nm e 1.900 nm.
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As rochas intermediárias e ultrabásicas têm albedo de nível médio de reflectância; as intermediárias possuem feições de absorção muito pouco intensas e por isso mais difíceis de detectar, e as ultrabásicas típicas mostram larga absorção em torno de 1.000 nm.
A ausência de bandas de água nas básicas, juntamente com o aumento de minerais opacos (magnetita), causa o mais baixo albedo dessas rochas.
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