Fundação direta é mais barata, mas requer mais cuidados

Segundo o Professor Jaime Marzionna “gostaríamos de usar com mais frequência, pois a fundação direta é a mais barata. Mas não necessariamente conseguimos usar”

Toda estrutura precisa de uma fundação, que é justamente o elemento que faz a ligação entre a estrutura e o terreno. A solução mais barata é aquela em que você consegue apoiar a fundação nas camadas superficiais do terreno, o que exige menos escavação e executivamente é mais simples. Então, a primeira solução de fundação que sempre é pensada para qualquer tipo de obra é a fundação direta.

Entretanto, as obras por fundação direta são preteridas por alguns engenheiros por conta do elevado nível de preocupação que é necessário ter ao usá-las, e isso não tem nada a ver com falta de conhecimento.

Imagem de um canteiro de obras, com fundação direta ao redor da demarcação do prédio.

(Foto: divulgação)

“Acho que não um desconhecimento, mas existe uma maior preocupação em usar fundação direta do que usar fundação profunda por estacas, porque a fundação direta normalmente tem como consequência recalques nas estruturas um pouco maiores do que os recalques de quando se utilizam as fundações por estacas. Então, como temos mais dificuldades em avaliar o comportamento das estruturas perante os recalques, há um certo receio em usar fundação direta”, afirma o Professor e Engenheiro Jaime Marzionna.

E essa avaliação pouco precisa pode acarretar duas situações: uma não muito grave, cujo resultado pode ser recalques na estrutura, ou outra muito grave, que pode terminar no desabamento da obra.

“A não muito grave pode resultar em trincas ou fissuras na sua estrutura, as quais são muito desconfortáveis. Às vezes até se atinge o que chamamos de estado-limite de utilização, quando existem tantas trincas a ponto de as pessoas não quererem mais permanecer no local. O outro problema é mais grave e ocorre devido a recalques muito exagerados que impõem muitos esforços na estrutura, que não estavam previstos, podendo levá-la a um colapso”, explica o Professor.


Para saber mais

Fundações diretas discute com precisão e clareza as principais variáveis envolvendo filosofias de projeto, capacidade de carga, recalque e tensão admissível. Completa ainda a abordagem do tema projeto de fundações, no âmbito geotécnico.

A obra tem o propósito de ser livro-texto de graduação. Contempla os conceitos de forma didática, mostra vários exercícios resolvidos, e culmina com dois casos de projeto de fundações – por sapatas e por tubulões.

O material foi aprimorado continuamente nos últimos anos, em busca da linguagem e do conteúdo adequados aos graduandos. Os principais tópicos abordados são a capacidade de carga (resistência) e os recalques (deformabilidade) para chegarmos à tensão admissível (projeto).

Capa de Fundações diretas: projeto geotécnico.