Sistemas de drenagem urbana sustentável (SUDS)

Os sistemas de drenagem urbana sustentável (SUDS) são dispositivos e técnicas desenvolvidos sobre o tripé quantidade, qualidade e amenidade/biodiversidade, que deve ser alcançado de maneira equilibrada.

Os SUDS foram desenvolvidos nos países do Reino Unido e se assemelham às BMP (best management practices – melhores práticas de manejo) desenvolvidas nos Estados Unidos. Países como Austrália, Suécia e os já citados utilizam esse tipo de abordagem desde a década de 1980.

Esse sistema vem, pouco a pouco, substituindo as redes tradicionais de drenagem. Em alguns casos, a instalação prévia de SUDS torna desnecessária a construção de sistemas tradicionais, ou então a dimensão necessária para estes últimos passa a ser bastante reduzida.

Esses sistemas são projetados para funcionar em pequenas unidades discretas disseminadas pelo terreno de forma a manter as características hidrológicas o mais próximo possível das condições anteriores à ocupação. A filosofia geral aplicada ou esperada de SUDS pode ser assim resumida:

  • reduzir as vazões e taxas de escoamento;
  • reduzir os volumes adicionais consequentes da urbanização;
  • promover a recarga natural dos aquíferos;
  • reduzir a concentração de poluentes e atuar como zona de amortecimento em caso de acidentes com derramamento de contaminantes;
  • prover habitats para os animais e agregar valor estético para as áreas urbanas.

O planejamento dos sistemas de drenagem sustentável deve seguir uma combinação de diferentes dispositivos em série (conhecidos na literatura como management train ou treatment train), que se caracteriza por determinar a sequência das alternativas de controle de forma a minimizar os impactos inerentes da urbanização.

Essa associação de dispositivos objetiva manter a condição hidrológica o mais próximo possível das condições iniciais. Outra característica é minimizar a descarga para jusante, ou seja, os impactos devem ser contidos o mais perto possível da fonte e, consequentemente, pelo proprietário da área.

O controle da quantidade se baseia nos seguintes princípios: infiltração; detenção/retenção; transporte e captação da agua. Já o controle da qualidade é realizado a partir de sedimentação, adsorção, filtração, bidegradação, precipitação, assimilação, fotólise, nitrificação e volatilização dos componentes.


Para saber mais

Para entender mais sobre as técnicas sustentáveis na gestão dos sistemas de drenagem urbana, confira o livro Drenagem urbana e controle de enchentes do engenheiro Aluísio Canholi, responsável pela introdução no Brasil dos reservatórios de detenção urbanos, popularmente conhecidos por “piscinões”, e o responsável técnico por um dos maiores trabalhos de planejamento feitos no País: o Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê, uma das regiões mais problemáticas do mundo em termos de recursos hídricos.

Drenagem urbana e controle de enchentesjá em sua segunda edição com novos casos, é uma contribuição técnica ímpar no campo da drenagem das grandes cidades. Introduz novos conceitos de projeto, revê o conceito clássico da Engenharia Sanitária de dimensionar obras hidráulicas e propõe novas medidas estruturais não convencionais para a drenagem das grandes cidades.

Capa de Drenagem urbana e controle de enchentes.

Com destacado valor didático, a obra cobre uma lacuna técnica importante, trazendo para estudantes e profissionais da Engenharia uma fonte de consulta até então inexistente na língua portuguesa. Referência para planejadores urbanos e outros profissionais de áreas correlatas, envolvidos com a infraestrutura das cidades e seus diversos impactos.