Solos coesivos x Solos não coesivos

Aprenda as diferenças entre solos coesivos (argilosos e siltosos) e solos não coesivos (granulares arenosos).

Solos coesivos

Argilosos

Individualmente, os grãos dos solos argilosos são muito finos, quase farináceos, e se aderem firmemente um ao outro, não podendo ser reconhecidos a olho nu. Os espaços vazios entre as partículas são muito pequenos, e por causa de sua estrutura esses solos apresentam resistência à penetração de água, absorvendo-a muito lentamente.

Duas imagens mostrando solos coesivos.

(A) Argila acinzentada e (B) argila avermelhada barro (Imagem retirada de Elementos de fundações em concreto, publicado pela Oficina de Textos em 2015. Todos os direitos reservados)

Entretanto, uma vez que a água tenha conseguido penetrar no solo, ela também encontra dificuldade para ser extraída de seu interior.

Ao receber água, os argilosos tendem a se tornar plásticos (surge a lama), por isso apresentam maior grau de estabilidade quando secos.

Em razão das forças adesivas naturais (coesão) existentes entre as pequenas partículas que compõem esses tipos de solo, a compactação por vibração não é a ideal nessa situação. Essas partículas tendem a se agrupar, dificultando uma redistribuição natural entre elas individualmente.

Siltosos

O silte está entre a areia e a argila. É um pó como a argila, mas não tem coesão apreciável e plasticidade digna de nota quando molhado.

Solos não coesivos (granulares arenosos)

Os solos não coesivos compreendem os solos compostos de pedras, pedregulhos, cascalhos e areias, ou seja, de partículas grandes e grossas. Essas misturas, compostas por muitas partículas individualmente soltas que, no estado seco, não se aderem umas às outras (somente se apoiam entre si), são altamente permeáveis.

Imagem mostrando solos não coesivos.

Elementos granulares que compõem os solos não coesivos: (A) areia, (B) brita e (C) pedregulho (Imagem retirada do livro Elementos de fundações em concreto, publicado pela Oficina de Textos em 2015. Todos os direitos reservados)

Isso se deve ao fato de existirem, entre as partículas, espaços vazios relativamente grandes e intercomunicados entre si. Em um solo não coesivo em estado seco é fácil reconhecer os tamanhos dos diferentes grãos por simples observação.

A capacidade dos solos não coesivos de suportar cargas depende da resistência ao deslocamento, ou seja, da movimentação entre as partículas individualmente.

Ao se aumentar a superfície de contato entre os grãos individualmente por meio da quantidade de grãos por unidade de volume (compactação), aumenta-se a resistência ao deslocamento entre as partículas e, simultaneamente, melhora-se a transmissão de força entre elas.


Para saber mais

Elementos de fundações em concreto, de João Carlos de Campos detalha e exemplifica os cálculos estruturais, e também discute as características e as aplicações de fundações em concreto armado. As etapas da análise estrutural, o dimensionamento de peças de concreto e modelos de cálculo para o controle de fissuras, as características do solo e os cálculos de tensão: tudo isso pode ser encontrado no livro.

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Capa do livro Elementos de fundações em concreto