"(...)Tivemos a pretensão de esboçar a história do prédio a partir de pitorescos detalhes da biografia dos que ali residiram. Numa significativa amostragem dos aproximadamente mil moradores, mapeamos aqui o que durou pouco mais de duas décadas. Emergem três centenas de personagens, pela escrita de mais de 50 voluntários. Noventa por cento dos autores são ex-moradores, e os restantes dez por cento, afetivamente denominados “agregados”, guardam uma relação muito próxima, como se de fato tivessem morado na Casa.
A Casa do Politécnico foi indiscutivelmente, o centro residencial e nervoso de um campus fictício. Campus que se estendeu por uns poucos quarteirões a norte, leste e oeste. Mas que, no sentido sul, atravessou – sinal dos tempos, sem risco algum – o Parque da Luz; e, em seguida, invadiu o Centro de São Paulo, engolindo as opções de trabalho noturno, os restaurantes, bares, teatros e cinemas, a Boca do Lixo. Esse campus virtual, podemos imaginar, estendeu suas raízes até a Cidade Universitária.
Em certa de dois decênios – ou de apenas uma geração, no sentido mais familiar da palavra – passaram pela Casa, no mínimo, cinco gerações de estudantes. Quem sabe, e sem exagero, até algo como duas dezenas de gerações, pois os anos 60 e 70 foram extremamente pródigos em fatos notáveis que assombraram e transformaram nossa Escola Politécnica, o Brasil e o mundo.(...)"