Neste livro – Pergunte o porquê ao solo e às raízes: casos que auxiliam na compreensão de ações eficazes na produtividade agrícola – a autora Ana Primavesi sintetizou sua obra de forma didática e concisa, apresentando exemplos de problemas e resoluções para a atividade de produção agroecológica, avaliando estruturas locais simples, segundo Odo Primavesi, engenheiro agrônomo e pesquisador científico da Embrapa.
A autora, segundo ele, inicia a obra reforçando os conhecimentos agroecológicos fundamentais para que se possa conduzir sistemas de produção eficazes, produtivos e lucrativos; procura chamar a atenção para os pontos ecológicos estratégicos que necessitam ser considerados tanto pela agricultura conservacionista quanto pela agricultura orgânica, bem como alerta sobre o problema do uso de pacotes tecnológicos prontos, recomendando que se estudem as estruturas (solo, raízes e biodiversidade agrícola e natural) que precisam ser bem conhecidas, avaliadas, corrigidas, combinadas, conservadas ou melhoradas para se obter êxito na atividade agrícola.
Para Odo, este livro responde bem ao problema abordado por Yaneer Bar-Yam, em seu livro Making Things Work, que se refere ao aumento da complexidade das estruturas e processos dos ecossistemas antropizados, resultante da evolução da sociedade e da atividade humana.
“Segundo esse autor, para o gerenciamento eficaz dessa complexidade, não é mais suficiente organizar as atividades como em uma linha de montagem (como ocorre na agricultura convencional), mas é necessário um conhecimento multidisciplinar, sistêmico, em que a gestão não é hierárquica, mas flexível e colaborativa. A agroecologia segue este enfoque, copiando a natureza complexa”, afirma.
Nesta obra, ainda de acordo com o engenheiro agrônomo e pesquisador científico da Embrapa, onde ocorre fracasso da visão linear com o uso da tecnologia agronômica atualmente praticada, Ana Primavesi, em seus 99 anos de experiência de vida e 70 de profissão, conseguiu trazer de forma clara e simples o sucesso na agricultura, utilizando a visão integrada e sistêmica, ensinando onde medir, onde e como atuar nessa gestão da complexidade agrícola atual, com exemplos práticos.