Nunca a existência humana causou tanto impacto na natureza como nesse começo de milênio. Ao mesmo tempo em que mais da metade da população habita centros urbanos, nossa espécie conseguiu ocupar e exercer sua influência em praticamente todos os territórios do planeta. Como fruto da mentalidade dominante, o paisagismo segue normalmente motivações estéticas e comerciais, e vem difundindo plantas de forma despreocupada, resultando na disseminação de muitas áreas verdes desconectadas da paisagem nativa e também capazes de substituir e degradar a flora e fauna ancestrais, além de apresentar baixo potencial de serviços e de serviços ecossistêmicos e de uso público. Felizmente, entretanto, a cultura da nossa relação com a natureza está mudando.
O que pode vir a ser paisagismo sustentável no Brasil? O que é realmente importante em nossa realidade? Com linguagem acessível e baseado em ciência e prática, esse livro procura uma nova visão do paisagismo e do relacionamento humano com a natureza, apontando problemas históricos e atuais e caminhos futuros para integrar estética, saúde pública e meio ambiente. Escrita ao longo de sete anos, é uma obra para profissionais, amadores e interessados no tema.
Por estar diretamente relacionado ao habitat humano, o paisagismo é hoje um assunto de importância vital para a sociedade. Afinal, ele responde pela criação de áreas verdes que fazem parte de nosso cotidiano, nas cidades ou fora delas. Suas escolhas refletem em temas como equilíbrio ecológico, água, solo, bem-estar físico e psicológico e valorização cultural de remanescentes naturais, desafios ainda mais complexos em um país extraordinariamente rico em biodiversidade nativa e com altas taxas de urbanização como o Brasil.
Paisagismo sustentável pode significar um importante caminho de harmonia entre pessoas e meio ambiente, resultando em uma vida melhor para todos. E ainda, para muitos, o único contato disponível com a natureza