União entre ciência e arte, a ilustração botânica gravita em torno da interdisciplinaridade. Enquanto ciência, tem a obrigação de ser fiel ao modelo que representa, auxiliando na comunicação científica. A precisão da ciência pode ser observada em seus traços, e a descrição da anatomia vegetal revela aos olhos comuns um mundo vislumbrado por poucos. Enquanto arte, preocupa-se com a estética do que é representado, com a legibilidade das imagens, a fim de serem compreendidas, mas também com as cores e as formas do universo vegetal.
A ilustração botânica tem tradição secular e seu apelo é hoje tão forte quanto foi nos tempos de Redouté ou dos irmãos Bauer. A preocupação com a preservação de biomas ameaçados e sua ecologia colocou essa especialidade novamente em foco. Por meio de suas imagens, os ilustradores levam ao público o conhecimento de espécies ameaçadas, visando sensibilizar as audiências para a importância da conservação de nossas riquezas naturais. Como é sabido, só se preserva aquilo que se conhece.
Uma área ainda pouco difundida no Brasil; temos neste livro um grande ponto de partida para todos aqueles que desejam embarcar nesta jornada de aventuras pelas formas e cores do reino vegetal.
Marcos A. Santos-Silva Coordenador do Núcleo de Ilustração Científica — IB — UnB
Diana Carneiro expõe, nesta obra, de forma lúdica, toda uma experiência de vida associada às artes, à sua vivência de sala de aula e aos seus conhecimentos técnicos, tornando-a uma preciosidade, imprescindível a quem se dedica às ciências da vida. Yedo Alquini
Professor Doutor do Departamento de Botânica da UFPR
A história tem nos mostrado que a botânica está intrinsecamente relacionada à arte da ilustração, haja vista as inúmeras publicações científicas que têm a ilustração botânica como elemento essencial. Ao constituir parte da ciência, ela requer do artista não apenas a sensibilidade e o domínio das técnicas artísticas, mas também uma adequação às menos flexíveis regras que regem o método científico. A ilustração botânica requer do artista, ainda, um conhecimento básico de botânica, de modo a compreender — e melhor representar — a natureza e a forma das plantas. É nesse sentido que Diana nos permite navegar entre esses dois mundos, aparentemente tão distantes, mas, ao mesmo tempo, intimamente conectados.
Com sua formação multidisciplinar, que alia conhecimentos de botânica às diversas técnicas de ilustração, Diana nos oferece uma obra completa em vários sentidos. Em termos históricos, propicia que mantenhamos viva a tradição da documentação de nossa biodiversidade por meio da arte. Cientificamente, agrega informações técnicas fundamentais sobre como adequar a estética da arte às necessidades de uma caracterização científica. Por fim, com uma sensibilidade única, apresenta a nós, botânicos, uma oportunidade singular de entendermos a arte como parte indissociável da botânica, tornando-a mais leve e bela.
Paulo Henrique Labiak Evangelista Professor Titular do Departamento de Botânica da UFPR.