A situação do saneamento básico no Brasil ainda é critica, gerando problema de contaminação dos corpos hídricos e do solo. Os esgotos quando não tratados trazem sérios prejuízos aos corpos receptores, quando tratados devem atender aos padrões de lançamento dos despejos e observando
a qualidade das águas subterrâneas, sempre atendendo a legislação vigente. Deve-se ter sempre em mente as técnicas de diminuição de volumes e massas, através de programas de conservação e de reuso, que é a tônica empaíses desenvolvidos, procurando-se seguir uma linha de orientação proposta pela United States Environmental Protection Agency (U.S.E.P.A.) e agências européias no sentido de diminuição nas fontes geradoras e aumento na reutilização dos efluentes gerados.
A ausência, total ou parcial, de serviços públicos de esgotos sanitários nas áreas urbanas, suburbanas e rurais exige a implantação de algum meio de disposição dos esgotos locais com o objetivo de evitar a contaminação do solo e da água. Em sua maioria, estas regiões são também desprovidas de sistemas públicos de abastecimento de água e utilizam poços como fonte de Coletânea de 2 Trabalhos Técnicos – Volume 2 suprimento de água, razão pela qual se exige extremo cuidado para evitar a contaminação da água de subsolo. Os cuidados são exigidos pois há decomposição da matéria orgânica e há presença de microorganismos patogênicos que oferecem risco à saúde humana.
O mais comum método de tratamento de efluentes domésticos, que não requerem o transporte de efluente a longas distâncias, são os sistemas descentralizados; que são empregados tanto em paises desenvolvidos quanto em desenvolvimento. O tratamento geralmente consiste em uma primeira parte anaeróbia e seguinte disposição no solo. Os sistemas aeróbios consomem considerável quantidade de energia, e produzem mais lodo que os anaeróbios; além de maior manutenção e cuidados – ZEEMAN & LETTINGA (1999).
METCALF & EDDY (1991), citam que o tratamento do efluente na camada de areia ocorre pela combinação de mecanismos físicos, biológicos e químicos. Os vazios da camada de areia funcionam como filtros anaeróbios quando submetidos a uma inundação continua de efluente e como filtros biológicos aeróbios quando há intermitência na aplicação.
ANDRADE NETO, C. O. (1999) empregou valas de infiltração com recheio de tijolos cerâmicos no Estado do Rio Grande do Norte para o tratamento de esgoto doméstico, constando-se numa experiência bem sucedida com baixo custo de operação e instalação. Na cidade em que foi instalado (Parnamirim/RN), que é de topografia plana e os coletores atingiam grandes profundidades a solução mais indicada para o destino de cada microbacia foi a adoção de tanques sépticos multifamiliares, com a disposição final dos efluentes em valas de infiltração, devido principalmente às características do solo local.
Nesta pesquisa foram utilizadas as valas de filtração como unidade de pós-tratamento dos filtros anaeróbios de fluxo ascendente. Para sistemas isolados de tratamento de efluentes domésticos pode-se utilizar o conjunto tanque séptico e filtros anaeróbios seguidos de unidades de tratamento complementar (pós-tratamento), como recomenda a NBR 13.969/1997.