A construção, uma das principais atividades do homem, fruto de processo longo e gradual, nasceu há quarenta mil anos pela ocupação utilitária proporcionada por um teto para descanso e abrigo. A assertiva vale até que novos testemunhos, eventualmente, confirmem inícios mais remotos.
Surgiu a Arquitetura quando a construção passou a ter, para satisfazer necessidades pessoais e coletivas, a qualidade de ser agradável e dar prazer no seu convívio, não só como habitação, mas também como local de trabalho, lazer ou reuniões. Desenvolve-se como arte e ciência de construir. Para beneficiar-se da liberdade de construir, buscou o conhecimento das necessidades, das consequências e das conexões em relação a uma série de parâmetros, dentre eles o domínio tecnológico, em que cada material a ser empregado para a construção possui um conjunto de características próprias que o tornam mais ou menos apto para o tipo de edificação.
A madeira, a pedra, o tijolo são materiais tradicionais trabalhados à mão, com propriedades e usos que permanecem iguais há séculos. O aço, nos países com parque industrial siderúrgico desenvolvido, com a constituição de grandes empresas produtoras e com o desenvolvimento da fabricação de peças previamente moldadas em várias formas e modelos, demonstrando eficiência e economia, permitiu, sem experiências anteriores, maiores espaços livres.
Este desenvolvimento tecnológico trouxe avanço aos sistemas construtivos e, misturando força com leveza, teve um processo de incorporação muito rápido na arquitetura. A partir do aço como material para construção, os critérios de cálculo de resistência evoluíram e grandes obras como pontes, galpões, fábricas, estações ferroviárias, salas de exposições foram realizadas, quando ainda não havia teorias científicas consistentes. Com o progresso das ciências, com o desenvolvimento alcançado pelo desenho, um dos meios fundamentais para representar no papel os aspectos da construção, pôde o aço competir com outros materiais, iniciando uma revolução na arquitetura, desvinculando-a dos estilos do passado.
Na articulação das diversas práticas, na participação do desenvolvimento tecnológico e nas atividades econômicas envolvidas, uma questão primordial, na construção, é a sua concepção estrutural — cumprimento da função estática: equilíbrio, resistência e estabilidade, dando aos materiais estruturais dimensões, de tal maneira, que a forma arquitetônica se mantenha resistindo plenamente à ação da gravidade e aos esforços horizontais como o vento.
Em tempos passados a concepção era intuitiva, os construtores comparavam uma construção a outras do mesmo porte e a aprendizagem baseou-se em experimentos. Com o desenvolvimento da tecnologia de novos materiais, com o advento dos computadores pessoais e com novos critérios de cálculo de segurança, a arquitetura ficou mais livre para utilizar, nos seus procedimentos, as variadas maneiras de tirar partido mais amplo, no que se refere ao aproveitamento do terreno, iluminação, recuos e das facilidades construtivas.
Teve, nas últimas décadas, uma predominância de uso influenciada pelas construções onde há associação de peças formadas por estruturas básicas, com limitações apenas de ordem econômica.
Como, para entendermos o presente, é necessário entendermos nos estudos realizados, recorrendo à História do Conhecimento, da Arquitetura, da Ciência e da Técnica.
O Capítulo 1 apresenta um breve trajeto histórico das construções no período contado a partir do Antigo Egito, passando pela Grécia, Roma, Idade Média, Renascença. Continua com o estabelecimento das primeiras Universidades na Europa, das Escolas de Arquitetura e Engenharia na França, e as primeiras teorias científicas aplicadas às construções.
O Capítulo 2 descreve o advento do aço no período da Revolução Industrial, dando uma visão da fabricação e das suas propriedades, realçando aplicações na construção civil.
O Capítulo 3 trata de um resumo sobre a análise estrutural e a conceituação das peças resistentes.
O Capítulo 4 apresenta as primeiras construções de coberturas e edifícios altos com estruturas metálicas e discorre sobre algumas obras.
Com os quatro capítulos apresentando completude temática, tem-se a possibilidade da leitura e compreensão isolada de cada um deles sem que se perca a noção do conjunto.