Siderurgia - Uma visão geral, fruto do trabalho de uma equipe de especialistas de diversas áreas de produção e aplicação de aço, coordenados pelo Jose Roberto Bolota, é uma obra que vem sendo lapidada por anos, sob o teto da ABM.
Sua relevância é óbvia, e vale ressaltar que é um texto básico para introdução, em português, de um assunto tão complexo e com uma riqueza de detalhes que só a vasta experiência dos autores poderia trazer.
O aço e os processos para sua obtenção são o palco para a atuação dos elementos de liga que o compõe, e o nióbio tem também protagonismo neste campo.
Descoberto em 1801, o nióbio possuiu pouca aplicação industrial até os primeiros usos em aços, na década de 1960 e principalmente década de 1970, quando a CBMM também tornou o material disponível em quantidades industriais. O aumento expressivo das propriedades dos aços, a partir de pequenas adições de 200 a 500 gramas por tonelada, chamava a atenção para este novo universo: os aços microligados. A CBMM, portanto, também inicia nesta época seu programa de tecnologia, voltado a entender e disponibilizar o conhecimento do uso do nióbio, começando pelos aços para tubulações de óleo e gás. Fenômenos na época pouco conhecidos, como o efeito dos microligantes no tratamento termo-mecânicos e a precipitação de carbonitretos induzida por deformação, foram então estudados em profundidade e muitas aplicações industriais surgiram como consequência. O nióbio foi então estabelecido como o principal elemento de liga capaz de conferir aumento de resistência mecânica concomitante ao aumento de tenacidade e soldabilidade,
Como consequência dessas propriedades únicas, o uso do nióbio cresceu em outros aços, com destaque os aços automotivos para estrutura de veículos, a partir da década de 1990, e os aços estruturais, a partir de 2010. O nióbio também expandiu seu uso em aços inoxidáveis ferríticos, devido à melhoria de conformabilidade, a estabilização do carbono e nitrogênio para a resistência à corrosão e o aumento da resistência mecânica em alta temperatura. Desta forma, o nióbio é hoje extensivamente utilizado em aços, mercado que compõe cerca de três quartos de todas as aplicações do elemento.
A CBMM mantém a posição de destaque no mercado de nióbio, colocando capacidade à frente da demanda e com fornecimento a mais de 50 países, dando assim confiabilidade à expansão do uso do nióbio. O programa de tecnologia da CBMM, fundamentado no conhecimento científico e tecnológico, também cresce em sua missão de apoiar a penetração do nióbio nas aplicações existentes, além de avançar em novas aplicações. Neste sentido, o conhecimento da metalurgia dos aços, mercado chave para o nióbio, é relevante e iniciativas nesta direção possuem o suporte da companhia.
É, portanto, com grande satisfação que a CBMM apoia a elaboração desta edição de “Siderurgia – Uma visão geral". Esperamos que os alunos, pesquisadores e professores possam ganhar novos conhecimentos com o livro e, assim, trazer inovações aos aços, que continuam sendo materiais estratégicos por sua versatilidade e combinação única de propriedades.