Enquanto cursava engenharia civil, observava que a maioria dos colegas pretendia seguir carreira voltada para a área de estruturas e, em menor escala, transportes e hidráulica.
No meu caso, sentia uma atração especial pelas disciplinas vinculadas à hidráulica e saneamento, áreas vitais para o conforto e qualidade de vida dos usuários das edificações.
Como professor em instituição pública federal, ministrando a disciplina de Instalações Hidrossanitárias, foi possível aumentar ainda mais a minha afinidade com o tema e contribuir para que a “gambiarra” seja tratada, cada vez mais, com tolerância zero em projetos e execuções de instalações prediais, principalmente de uso residencial. Iniciei minhas atividades profissionais voltadas para os sistemas de tubos e conexões para instalações prediais e saneamento. Por 26 anos, exerci em quase toda a região norte do Brasil a orientação técnica em projetos e obras de instalações hidrossanitárias, capacitação de profissionais e inspeções para diagnóstico de falhas e sinistros envolvendo os sistemas prediais de água fria, esgoto, águas pluviais e proteção de instalações elétricas.
Como consequência da docência, naturalmente foi se delineando o presente trabalho que tem como objetivo, de forma simples e prática, apresentar os aspectos básicos das instalações hidrossanitárias e recomendações práticas para estudantes de cursos técnicos em Edificações, embora não excluindo a possibilidade de que possa ajudar também os estudantes de Engenharia Civil e Arquitetura, além de profissionais envolvidos na cadeia produtiva da construção civil que tenham interesse nesses importantes sistemas prediais.
Por melhor, mais bonita e mais moderna que seja a edificação, se imaginarmos a inexistência dos sistemas hidrossanitários e outros que, normalmente, ficam ocultos, teremos uma edificação sem “vida”. Por esta razão, tais sistemas devem merecer todos os cuidados e rigores das normas técnicas para que a “vida” do edifício seja preservada e prolongada com desempenho pleno.
Os sistemas hidrossanitários nas edificações ainda são considerados em níveis secundários de prioridade em importância por alguns construtores e, até mesmo, por proprietários de imóveis construídos formal e informalmente.
A falta de percepção sobre a importância que esses sistemas representam para o edifício pôde ser facilmente constatada quando me defrontei, ao longo do exercício das minhas atividades em campo visitando obras, com verdadeiras “armadilhas” que resultaram falhas e colapsos nos encanamentos, resultando em danos materiais envolvendo essas instalações, muitos deles considerados de grande monta e envolvendo grandes despesas com ações corretivas.
Por fim, com este trabalho busco contribuir para que as expectativas dos proprietários ou moradores dos edifícios sejam atendidas plenamente.
Para que isso aconteça é necessário que, também, as instalações hidrossanitárias tenham a sua devida importância reconhecida ao se exigir que seja elaborado um bom projeto, execução por profissionais qualificados e utilização de materiais normalizados.